quinta-feira, 18 de março de 2010

terça-feira, 2 de março de 2010

Homenagem às vitímas da Madeira

Lazer - Vivaldi - 4 Estações - A Primavera

Estamos quase…

Lazer - Março - frase do mês



«Só descobrimos que um plano esta errado
quando vamos até às últimas consequências.Ou quando Deus misericordioso nos guia noutra direcção.»
Paulo Coelho

Os Lusíadas de Camões



Finalmente, vamos dar início ao estudo de Os Lusíadas de Camões.

Função sintáctica - O vocativo



O caso vocativo é um caso gramatical, usado no vocativo. É uma referência à 2ª pessoa, um apelo, um chamado, e é usado para o nome que identifica a pessoa (animal, objecto etc.) a quem se dirige e/ou ocasionalmente os determinantes de tal nome. Uma expressão vocativa é uma expressão de referência directa, em que a identidade da parte a quem se fala é expressamente declarada dentro de uma oração. Por exemplo, na oração "não sei, João.", João é uma expressão vocativa que indica a parte a quem a oração se dirige.

Auto da Barca do Inferno - actividades


Auto da Barca do Inferno - cena dos 4 Cavaleiros - resolução de um teste

Guião:

1. Percurso cénico.
2. Símbolos cénicos e seu simbolismo.
3. Costumes (“mores”) censurados por Gil Vicente.
4. Levantamento das várias expressões que os quatro Cavaleiros usam para se referirem à Barca da Glória.
5. Na cantiga cantada pelos quatro Cavaleiros está condensada a moralidade da peça, reflexo da ideia que a Igreja tinha sobre a vida e o mundo. a. Indica-a. b. Justifica por que motivo esta peça se designou por Auto da Moralidade.
6. Levantamento de quatro arcaísmos. Escreve-os no português actual e indica os fenómenos fonéticos verificados.
7. Ao contrário do que acontece com as outras personagens, nada nos é dito sobre a sua vida ou morte, a não ser “morremos nas Partes de Além (v. 849)[…] pelejando por Cristo” (vv. 857-858). Imagina que cada uma destas personagens fazia uma pequena autocaracterização antes de embarcar. Redige cada uma delas.

Respostas

O Percurso cénico dos quatro cavaleiros é: Cais - Barca da Glória.
2. Os simbolos cénicos que os cavaleiros traziam eram : a Cruz de Cristo que simboliza a fé católica dos cavaleiros, as espadas e os escudos, que simbolizam a apologia da Reconquista e da Expansão da Fé Cristã
3. Os costumes censurados por Gil Vicente são os prazeres e os pecados.
4. As expressões que os quatro cavaleiros usam para se referirem à Barca da Glória são: “barca segura” (v.826), “barca bem guarnecida” (v.827), “barca da vida” (v.828) e “barca mui nobrecida” (v.841).
5. Gil Vicente pretende transmitir que quem faz o bem na Terra e espalhou a fé cristã é recompensado no Céu e quem acredita em Deus, quando morrer terá uma vida calma e tranquila, sem se preocupar e não terá de se arrepender de nenhum pecado e ficará com a consciência tranquila. a) A moralidade desta reflexão está condensada nos seguintes versos: “Vigiai – vos, pescadores, que depois da sepultura neste rio está a ventura de prazeres ou dolores. (vv. 836- 839). Gil Vicente com estes versos, pretendia transmitir que depois da '' vida terrestre '', cada pessoa era recompensada ou '' amaldiçoada '' conforme a sua vida na terra.b) Esta peça designa-se Auto da Moralidade porque Gil Vicente ao criticar os costumes, hábitos e vícios da sociedade, queria transmitir uma moral a toda a sociedade, queria que toda a sociedade ao ver a peça se risse, mas ao mesmo tempo, criticava os '' podres '' da sociedade daquele tempo.
6. Os fenómenos fonéticos são:Despois <> door – síncope Mui > muito – Paragoge
7. Retrato psicológico e físico Sou um nobre cavaleiro, que luta por Deus, pela minha pátria que amo.Tenho uma mulher de uma beleza extrema a quem dedico toda a minha vida e que me deu uns filhos que anseio ver.Sou alto, tenho olhos azuis, sou magro, mãos grossas, de quem andou na guerra, sou bem constituído e um homem atraente.

Auto da Barca do Inferno - cena dos 4 Cavaleiros


Os Quatro Cavaleiros

Símbolos Cénicos:
- hábito da ordem de Cristo
- espadas
Tipo:
- cruzados
Argumentos de Defesa:
- dizem que morreram a lutar contra os mouros em nome de Cristo
Quando chegam ao cais chegam a cantar. Essa cantiga mostra:
- aos mortais que esta vida é uma passagem e que terão de passar sempre naquele cais onde serão julgados
Os destinatários desta mensagem são:
- os mortais
- os Homens pecadores
Nessa cantiga está contida a moralidade da peça porque:
- fala da transitoriadade da vida
- fala da inavitabilidade do destino final
- fala do destino final que está de acordo com aquilo que foi feito na vida Terrena
Os cavaleiros não foram acusados pelo Diabo porque:
- merecem entrar na barca do Anjo
- morreram a lutar pela fé cristã, contra os infiéis, o que os livrou de todos os pecados
- esta cena revela a mentalidade medieval da apologia do espírito da cruzada
Desenlace:- Barca do Anjo

Auto da Barca do Inferno - cena do Enforcado - resolução de um teste

Guião:

1. Percurso cénico.
2. Símbolos cénicos e seu simbolismo.
3. Caracterização directa e indirecta da personagem-tipo.
4. Argumentos de defesa e argumentos de acusação.
5. Costumes (“mores”) censurados por Gil Vicente.
6. O Enforcado: culpado ou vítima?
7. Recurso expressivo presente nos versos e seu valor expressivo: “em morrer dependurado/como o tordo na buiz” (vv. 758-759)
8. Levantamento dos tempos verbais presentes na primeira fala do Enforcado e justificação do seu emprego.

Cena do Enforcado

1-Percurso cénico: o enforcado dirige-se à Barca do Inferno, onde embarca.
2-Símbolos cénicos e o seu simbolismo: O único símbolo cénico é o baraço (ou corda), que simboliza o pecado.
3-Caracterização directa da personagem:- “ Bem-aventurado” (verso 757)Caracterização indirecta da personagem:-ingénuo (vv. 767 à 769)-confiante na palavra dos outros (v. 796)-facilmente influenciável (v. 796)-criminoso ??? Qual o verso?
4-Argumentos de defesa:§ Confiança na palavra de Garcia Moniz (v. 796)§ Purgatório era o Limoeiro (vv. 810/811)§ Baraço era santo (v. 807)§ Orações feitas no momento de execução (vv. 792/793)Argumentos de acusação:§ Ladrão§ Criminoso Não há argumentos de acusação
5-Os costumes (“mores”) censurados por Gil Vicente: estes são o roubo e a mentira. Resposta incorrecta. Os costumes censurados são o engano dos mais fracos por pessoas com responsabilidade (Garcia Gil, Mestre da Balança da Moeda de Lisboa), doutrina, ou seja, o sistema.
6-A intenção critica de Gil Vicente: ao escolher esta personagem Gil Vicente foi denunciar as falsas doutrinas que invertem os valores da conduta social.
7-O Enforcado: culpado ou vítima? Consideramos esta personagem vítima porque ele foi induzido por Garcia Moniz, que sabia que em princípio não havia salvação possível para o Enforcado, e este vai ser fortemente criticado. Gil Vicente põe-nos face a uma personagem com responsabilidade que engana os mais fracos, neste caso, o Enforcado.·
8-Recurso expressivo: comparação, e o seu valor expressivo é ao usar este recurso ele estar a justificar a sua atitude e ainda a torná-la mais louvável.
9-Tempos verbais e a sua justificação: Te direi: Futuro do Indicativo Ele diz: Presente do Indicativo Fui: Pretérito Perfeito do IndicativoDiz: Presente do IndicativoEu fiz: Pretérito Perfeito do IndicativoMe fazem: Presente do Indicativo
São usados estes tempos verbais porque Garcia Moniz lhe faz uma previsão (Futuro) do que irá acontecer depois de sua morte. O enforcado, de forma ingénua, usa isso como argumento de defesa contra o Diabo afirmando que tem direito à entrada na Barca da Glória. Ele usa como argumentos os seus feitos no passado, na sua vida mortal, como a sua coragem por morrer dependurado para ser absolvido dos seus pecados.

Auto da Barca do Inferno - cena do Enforcado


O Enforcado
Símbolos Cénicos:
- baraço (corda que traz ao pescoço)
Tipo:
- povo (criminoso condenado)
Argumentos de defesa:
- ele havia sido perdoado por Deus ao morrer enforcado
- já tinha sofrido o castigo na prisão
- Garcia Moniz tinha-lhe dito que se se enforcasse iria para o paraíso
Argumentos de Acusação:
- o crime que cometeu (ser criminoso)
- ser ingénuo

Auto da Barca do Inferno - cena do Corregedor e do Procurador - resolução de um teste

Guião:

1. Percurso cénico.
2. Símbolos cénicos e seu simbolismo.
3. Caracterização directa e indirecta da personagem-tipo.
4. Argumentos de defesa e argumentos de acusação.
5. Tipo(s) de cómico usado(s).
6. Registo de língua usado pela personagem-tipo.
7. Função do Parvo.
8. Relação do Corregedor e de Brísida Vaz.
9. Levantamento das palavras do campo lexical de justiça.
10. Intenção crítica do autor.
11. Levantamento das diferentes formas como o Diabo é referido nesta cena.
12. Exemplos do texto dos seguintes recursos expressivos: a. Antítese; b. Eufemismo; c. Ironia. 13. Ao entrar na barca do Inferno, o Corregedor reconheceu Brísida Vaz. Imagina um diálogo entre estas duas personagens, em que ambas refiram os motivos pelos quais foram condenados e comentem, na sua perspectiva, a injustiça da sua condenação.

Respostas:

1. Percurso cénico de corregedor: cais –> barca do inferno –> barca da glória –> barca do inferno –> embarcaPercurso cénico do procurador: cais –> barca do inferno –> barca da glória –> barca do inferno –> embarca
2. Os símbolos cénicos do corregedor são: os feitos e a vara. Os feitos simbolizam a manipulação da justiça e a vara simboliza o poder judicial. O símbolo cénico do procurador é: os livros. Os livros simbolizam a injustiça. Mas em geral os símbolos simbolizam a corrupção.
3. Caracterização do corregedor: Indirecta – presunçoso (vv.609-610) , confiante (v. 647), bajulador (v. 607), resignado (vv. 738-739), implorativo (vv.715-716), corrupto (vv. 648-650), pecador (vv. 698-700), mentiroso (vv.655-658), ladrão (vv. 718-719)Caracterização do Procurador: Indirecta – convencido (v. 688, 690), pela linguagem que usa é vulgar (v.706), corrupto (vv.717-720), ladrão (vv.718-719)Também se sabe que o Procurador é pecador e mentiroso.
4. Argumentos de acusação do diabo ao corregedor: -aceitou subornos, até dos judeus que eram mal vistos naquele tempo-confessou-se, mas mentiuArgumentos de acusação do parvo ao corregedor e ao procurador: - roubaram coelhos- levavam a religião de uma forma superficialArgumentos de defesa do corregedor: - um juiz não pode ser condenado- era a mulher que aceitava os subornosArgumento de acusação da Brísida Vaz ao corregedor: - acusa-o de ele não a deixar em paz, de a mandar castigar por ela ser alcoviteira
5. O tipo de cómico usado é o cómico de linguagem.Ex: ‘Nom é de regulae júris, não!’ (v.622)
6. O registo de língua usado pelo corregedor é a gíria.Ex: ‘Nom entendo esta barcagem,Nem hoc non potest esse.’ (vv.633-634)O registo de língua usado pelo procurador é a gíria.Ex: ‘Quia speramus in Deo.’ (v.706)
7. A função do parvo é acusar e criticar o Corregedor e o Procurador das corrupções e dos roubos que eles cometeram na Terra.
8. O corregedor e a Brísida Vaz já se conheciam da vida terrena, tinham uma relação de cumplicidade, contudo na Terra a alcoviteira era o réu e o Corregedor o juiz, mas no Inferno os papeis inverteram e o Corregedor passou a réu.
9. As palavras do campo lexical de justiça são: corregedor, feitos, vara, juiz, direito, meirinho, ouvidor, escrivães e procurador.
10. O autor fez crítica à: parcialidade por parte de homens cultos e responsáveis pela justiça humana, à prática hipócrita da religião, Gil Vicente crítica também os Judeus e os Escrivães.
11. As formas como o diabo é referido na cena são: arrais infernal, arrais e barqueiro.
12. a) Exemplos de Antítese:“há-de ir um corregedor?Santo descorregedor.”b) Exemplos de Eufemismo:“Ires ao longo dos cães.”“E na terra dos danados”c) Exemplos de Ironia:“Santo descorregedor”“Como vindes preciosos,Sendo filhos da ciência”
13. Brí – Houlá Santo descorregedor!Que fazes por cá?Cor – O mesmo que tu…Brí – Mas porque foste condenado?Cor – Pela minha corrupção,tu sabes perfeitamente isso.E tu?Brí – Pela minha profissão epelas moças que vendi.Cor – Acho injusta a minha condenação…Apenas fiz o meu trabalho.Brí – Também acho a minha injusta,limitei-me a fazer à vida.Cor – Não há nada a fazerpara mudar os nossos actos!Brí – Cá se fazem,cá se pagam!

Auto da Barca do Inferno - cena do Corregedor e Procurador


O Corregedor e O Procurador
Símbolos Cénicos:
- Corregedor: vara e processos
- Procurador: livros jurídicos
Tipo:
- Corregedor: Juiz corrupto
- Procurador: Funcionário da Coroa corrupto
O Diabo cumprimenta o Corregedor com “Oh amador de perdiz” porque:
- era uma pessoa corrupta
- a perdiz era um símbolo de corrupção
A forma de como o Corregedor inicia diálogo com o Diabo aproxima-se da forma com o Fidalgo também o fez
O Corregedor usa muito o Latim porque:
- é uma língua muito usada em direito
O Diabo responde-lhe em Latim Macarrónico porque:
- era para ridicularizar a linguagem utilizada na justiça
- para mostrar que essa linguagem não servia de nada
- poderiam sobre falar bem Latim mas não sabiam aplicar as leis
O Corregedor pergunta “Há’ q-ui meirinho do mar?” porque:
- ele estava habituado a ser servido
O Corregedor pergunta se o poder do barqueiro infernal é maior do que o do próprio Rei porque:
- ele na Terra tinha um grande poder
- não admitia que mandassem nele
Argumentos de acusação do Procurador:
- não tem tempo de se confessar
Argumentos de acusação do Corregedor (o Diabo acusa-o de):
- ter aceitado subornos (ser corrupto)
- ter aceitado subornos até de Judeus (muito mal vistos naquele tipo)
- confessou-se mas mentiu
Argumentos de defesa do Corregedor:
- era a sua mulher que aceitava os subornos
Acho que o argumento usado de defesa do réu foi:
- errado
- o Diabo saberia de tudo
- ele não deveria estar a mentir
- não devia estar a acusar a sua mulher porque depois também ela era condenada
“Irês ao lago dos danados / e verês os escrivães / coma estão tão prosperados” quer dizer que:
- o Corregedor, quando for para o Inferno, vai encontrar os seus colegas (Homens ligados à justiça)
Gil Vicente julgou em simultâneo o Corregedor e o Procurador porque:
- ambos passavam informação
- ambos faziam parte da justiça
(havia cumplicidade entre a justiça e os assuntos do Rei, ambos eram corruptos)
A confissão para eles:
- não era importante: só se confessavam em situações de risco e não diziam a verdade
Quando o Corregedor e o Procurador se aproximam do Anjo, ele:
- reage mal
- fica irritado
- manda-lhes uma praga: atitude nada normal do Anjo
O Parvo acusa-os de:
- roubar coelhos e perdizes
- profanar nos campanários: levavam a religião de uma forma superficial
Desenlace:
- Inferno
No Inferno o Corregedor dialoga com Brízida Vaz porque:
- já se conheceriam da vida terrena

Auto da Barca do Inferno - cena do Judeu - resolução de um teste

Guião:

1. Percurso cénico.
2. Símbolos cénicos e seu simbolismo.
3. Caracterização directa e indirecta da personagem-tipo.
4. Argumentos de defesa e argumentos de acusação.
5. Tipo(s) de cómico usado(s).
6. Registo de língua usado pela personagem-tipo.
7. Fenómenos fonéticos ocorridos na evolução das seguintes palavras: dize>diz; filium>filiu>filho
8. Do texto desta cena, faz um levantamento das palavras relacionadas com a religião judaica.
9. Concordam com o desfecho que o autor preparou para esta personagem? Vocês condenavam-na? Justifiquem a vossa posição.

Cena do Judeu
Percurso cénico : O Judeu tenta entrar na Barca do Inferno mas não consegue. O Diabo acaba por permitir que ambos se desloquem a reboque na Barca do Inferno (“ires à toa” – vv. 602).
Símbolos cénicoso: Bode – salvação dos pecados, a purificação, o que explica o apego do Judeu ao Bode, mesmo depois da morte. (Símbolo da religião judaica).
Caracterização da personagem Judeu . Directa: ladrão (v. 589), má pessoa (vv.603) b. Indirecta: corrupto (vv. 567-571), fanático pela religião (v. 563), avarento (vv. 561, 568) [incorrecto], estes versos revelam que ele é negociante. Para além disso, também é indecoroso (vv. 581-588) e profano (vv. 595-598)
Argumentos de acusação e defesa: a. De acusação do Diabo e do Parvo: - Violação de sepulturas cristãs (vv. 595-596); - Consumo de carne em dias de jejum (vv. 597-598). - Suborno (vv. 567-568) [incorrecto], estes versos são ditos pelo próprio Judeu!- Apego fanático à religião judaica (vv. 595; 567-569) [incorrecto], o verso 595 não revela esse aspecto, mas a profanação da igreja, os outros versos são ditos pelo próprio Judeu!b.
Argumentos de defesa: - Não tem argumentos de defesa pois como é judeu não crê em Deus, não acredita que possa ter salvação.
Tipo de cómico usado: a. Linguagem à utiliza o registo de língua popular nos insultos ao parvo e ao Diabo (581-588) b. Situação à aparece com o bode às costas e termina a reboque da Barca do Inferno (didascália de entrada: “com um bode às costas; e, chegando ao batel dos danados, …”; vv.602-304)
Registos de língua a. Calão (vv. 581-588) Pragas que roga ao Diabo
Evolução das palavras: Fenómenos fonéticos a. Dize > diz à Apócope (e) b. Filium > filiu > filho apócope (m)
Palavras relacionadas com a religião judaica: a. “Bode” – símbolo da religião (vv. 562), Semifrá (v. 569), dinheiro (v. 561) testões (v. 567).
Desfecho da personagem Não concordamos com o desfecho desta personagem, pois julgamos que deverá ser punida pelo o desrespeito pela sua religião (consumo de carne em dias de jejum) e pela violação de sepulturas cristãs mas não por ser de uma religião diferente à religião cristã. Embarcaria na Barca do Inferno em vez de ir a reboque, pois não deverá ser condenado pela sua natureza.

Auto da Barca do Inferno - cena do Judeu


Judeu (Semah Fará)
Símbolos Cénicos:
- bode: representa a sua religião
Tipo:
- Judeu
Logo que chega ao cais o Judeu dirige-se para a barca do Inferno porque:
- sabe que não será aceite na barca do Anjo, já que em vida nunca foi aceite nos lugares dos Cristãos
- os Judeus eram muito mal vistos na época e nem poderia admitir a hipótese de entrar na barca do Anjo
Para entrar na Barca do Inferno ele usa:
- o dinheiro
Ele usa o dinheiro porque:
- era uma forma de mostrar que os Judeus tinham grande poder económico e que estavam ligados ao dinheiro
O Judeu recusa deixar o bode em terra porque:
- quer ser reconhecido como Judeu
- não recusa a sua religião
Argumentos de acusação (o Parvo acusa-o de):
- roubar a cabra
- ter cometido várias ofensas à religião cristã e à igreja, comendo carne no dia de jejum
- ser Judeu
Em termos de contexto histórico essa acusação:
- revela que os Cristãos odiavam os Judeus
- acusavam-nos de enriquecer à custa de roubos de Natureza diversa
- acusavam-nos de ofender a religião católica, cometendo diversas profanações
Desenlace:
- fica no cais (porque ninguém o quer)

Auto da Barca do Inferno - cena da Brísida Vaz - resolução de um teste

Guião: 1. Percurso cénico.
2. Símbolos cénicos e seu simbolismo.
3. Caracterização directa e indirecta da personagem-tipo.
4. Argumentos de defesa e argumentos de acusação.
5. Tipo (s) de cómico usado (s).
6. Intenção de Gil Vicente ao criar esta personagem: crítica individualizada ou crítica de outros sectores da sociedade. Justifiquem a resposta, transcrevendo os versos que a comprovem.
7. Compara o sentido da palavra alcoviteira na obra estudada com aquele que tem actualmente. 8. Decompõe a palavra alcoviteira nos seus elementos constituintes, explicando o significado de cada um deles.
9. Identifica o fenómeno fonética na evolução fonética do seguinte vocábulo mui- muito.



1- Cais→barca do Inferno→barca da Glória→barca do Inferno(embarque)
2- Os símbolos cénicos da alcoviteira são: seiscentos virgos postiços, três arcas de feitiços, três almários de mentir, cinco cofres de enleos, alguns furtos alheos, jóias de vestir, guarda-roupa d’encobrir, casa movediça um estrato de cortiça com dous coxins d’encobrir e as moças que vendia . Estes símbolos cénicos representam a sua actividade ligada a prostituição e o seu carácter manhoso, enganador. Representam ainda os roubos que fazia.(vv.490-503)
3- A caracterização da alcoviteira é sobretudo indirecta. BrÍsida era mentirosa (“três almários de mentir”), mexeriqueira(“cinco cofres de enleos”), ladra(“alguns frutos alheos”), cínica(“trago eu muita bofé”), convencida(“e eu vou pera o paraíso”),enganadora(“barqueiro mano meus olhos”). (VV.490-502)
4- Argumentos de defesa – levava bofé; era uma mártir; levou açoites; servia a Sé; era perfeita como os apóstolos e anjos e fez coisas muito divinas; salvou todas as suas meninas (VV.504, 509, 510, 526, 530, 531, 532) . Argumentos de acusação – a vida de prostituta (V.502 ), a hipocrisia (VV. 533-536)
5- Tipos de cómicos:- Cómico de linguagem - "barqueiro mano, meus olhos"; "cuidais que trago piolhos?" (VV517, 521).- Cómico de carácter - "eu som apostolada...fiz cousas mui divinas" (VV.530-532).
6- Gil Vicente faz crítica às alcoviteiras (VV. 523,524,533,534).Critica as outras classes nomeadamente o Clero (VV.525,526).
7- O sentido da palavra alcoviteira na obra refere-se àquelas mulheres que exploravam sexualmente outras mulheres levando-as a prostituírem-se. Actualmente alcoviteira é a mulher que vive a falar mal das outras pessoas, a fazer intriga.
8- Alcoviteira = alcova (quarto interior de dormir) +eira (profissão).
9- Fenómenos fonéticos
Mui - Muito paragoge

Auto da Barca do Inferno - cena da Brísida Vaz



A Alcoviteira
1. Percurso cénico: Cais→barca do inferno→barca da glória→barca do inferno(embarque)
2. Símbolos cénicos e seu simbolismo: Os símbolos cénicos da alcoviteira são: seiscentos virgos postiços, três arcas de feitiços, três almários de mentir, cinco cofres de enleos, alguns furtos alheos, jóias de vestir, guarda-roupa d’encobrir, casa movediça um estrato de cortiça com dous coxins d’encobrir e as moças que vendia . Estes símbolos cénicos representam a sua actividade ligada à prostituição e o seu carácter manhoso, enganador. Representam ainda os roubos que fazia.
3. Caracterização directa e indirecta da personagem-tipo: A caracterização da Alcoviteira é sobretudo indirecta. Brísida era mentirosa (“três almários de mentir”), mexeriqueira(“cinco cofres de enleos”), ladra(“alguns frutos alheos”), cínica(“trago eu muita bofé”), convencida(“e eu vou pera o paraíso”),enganadora(“barqueiro mano meus olhos”).
4. Argumentos de defesa e argumentos de acusação: Argumentos de defesa – levava bofé; era uma mártir; levou açoites; servia a Sé; era perfeita como os apóstolos e anjos e fez coisas muito divinas; salvou todas as suas meninas . Argumentos de acusação – a vida de prostituta, a hipocrisia.
5. Tipo(s) de cómico usado(s):- Cómico de linguagem - "barqueiro mano, meus olhos"; "cuidais que trago piolhos?"- Cómico de carácter - "eu som apostolada...fiz cousas mui divinas".
6. Intenção de Gil Vicente ao criar esta personagem: crítica individualizada ou crítica de outros sectores da sociedade: - Gil Vicente faz crítica às alcoviteiras.Critica as outras classes nomeadamente o Clero.
7. O sentido da palavra alcoviteira na obra estudada e o que tem actualmente: O sentido da palavra alcoviteira na obra refere-se àquelas mulheres que exploravam sexualmente outras mulheres levando-as a prostituírem-se. Actualmente alcoviteira é a mulher que vive a falar mal das outras pessoas, a fazer intrigas.