terça-feira, 4 de maio de 2010

Género épico - a epopeia e as suas características

Características da Epopeia
A epopeia remonta á Antiguidade grega e latina e tem como exponentes máximos a Ilíada e a Odisseia, poemas gregos atribuídos a Homero, poema de Roma da autoria de Virgilio.
A epopeia é um género narrativo em verso.
Como qualquer narrativa tem uma acção que envolve personagens situadas num determinado espaço e tempo. No entanto, a narrativa épica tem características específicas.
A Aristóteles, filósofo grego do século III a.C, se deve o primeiro estudo sistemático sobre Poesia. A sua Poética (de que se perdeu parte do texto) contém, tal como a conhecemos, um estudo sobre a Tragédia e a Epopeia e uma comparação entre estes dois gémeos literários. È pois um texto fundamental para estes dois gémeos literários. É pois um texto fundamental para a definição de epopeia, sendo as de Homero apresentadas como modelo. No século I a.C, o poeta latino Horácio, na sua Arte Poética, redefiniu algumas regras e, finalmente, no Renascimento, as poéticas de Aristóteles e Horácio foram retomadas e completadas de acordo com os valores de então. Segundo o cânone, são varias as normas que presidem á epopeia:
· a acção épica – deve ter grandeza e soleniade, deve ser a expressão do heroísmo;
· o protagonista – (rei, grande dignitário , herói), além da sua alta estirpe social, deve revelar grande valor moral;
· o inicio de Narração apresenta-nos a acção já numa fase adiantada (“in media res”)
· a epopeia deve ter unidade de acção (assim, para não quebrar a unidade de acção, as narrações retrospectivas e as profecias surgem frequentemente nas epopeias para contare factos passados e futuro em relação a acção fulcral; Aristoteles cita o exemplo de Homero que não conta, na Ilíada, a Guerra de Troía com a sua diversidade de acontecimentos, mas situa a acção numa fase já adiantada do conflito e, sob a forma de episódios, apresenta um grande numero de ouros factos já passados);
· os episódios não só dão á epopeia extensão, como a enriquecem sem quebrar a unidade da acção;
· o maravilhoso (intervenção dos deuses) deve intervir na acção da epopeia;
· o género épico utiliza o modo narrativo; o poeta narra em seu próprio nome ou assumindo personalidades diversas;
· a intervenção do poeta, tecendo considerações em seu próprio nome deve ser reduzida. (Mais uma vez é referido o exemplo de Homero que, depois de um curto preâmbulo – Invocação e Proposição – passa de imediato á Narração)
· de acordo com as poéticas do renascimento, a epopeia deve ser escrita num estilo solene e grandioso, de acordo com a natureza heróica dos factos narrados. Deve também ser escrita em verso decassilábico.

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